Master of Port: aprendendo um pouco sobre Vinhos do Porto


Tive o prazer de participar do curso Master of Port, realizado pela Wine Senses, em São Paulo. O curso teve duração de 15 horas e é a formação mais completa sobre Vinhos do Porto no Brasil.
Dentre todas as coisas que aprendemos lá, separei algumas na forma de um resumão, com informações básicas, mas que em nenhum momento são óbvias. O meu objetivo é separar o conteúdo mais relevante para que pessoas leigas possam comprar um Vinho do Porto com o mínimo de conhecimento.

Santanita e seu Tenaz numa "abertura a fogo" de Porto Vintage 1997.

Em primeiro lugar o Vinho do Porto é produzido na região do Douro, e armazenado em Vila Nova de Gaia. Ou seja, sua denominação surgiu apenas pelo fato de ser exportado para o restante do mundo a partir da cidade do Porto.
Apenas os vinhos fortificados da região do Douro recebem a denominação de "Vinhos do Porto". Esta DOC é a região vinícola demarcada mais antiga do mundo, criada em 1756. Os vinhos de mesa produzidos na mesma região são conhecidos como vinhos do Douro.
Agora o que exatamente é um vinho fortificado? Pois bem, são os vinhos que recebem a adição de algum destilado. No caso do vinho do Porto, aguardente vínica, utilizada para parar a fermentação ainda na fase inicial da produção dos vinhos, garantindo a preservação do açúcar natural da uva que com esta interrupção não chega a ser transformado em álcool.
Os vinhos do Porto são divididos em 3 estilos básicos: Brancos, Ruby e Tawny.



Brancos: são vinhos jovens, feitos sem o contato com a casca das uvas. Estes são classificados de acordo com o grau de doçura: extra-secos, secos, doces e lágrimas (muito doces). Mas até os vinhos secos podem apresentar um pequeno grau de doçura, em função da sua vinificação.



Ruby: são vinhos tintos jovens e vigorosos. Estes Portos envelhecem por redução, ou seja são engarrafados ainda jovens. Apresentam aromas intensamente frutados com notas de pimenta e fruta em compota. Esta categoria é classificada, em ordem crescente de qualidade, em: Ruby, Ruby Reserva, LBV e Vintage. Cada um deles com características especiais que se encaixam em momentos distintos de nossas vidas.



Tawny: são vinhos que envelhecem por oxidação, ou seja ficam mais tempo em toneis menores, tendo um certo contato com o oxigênio. Por isso sua cor é mais clara, puxando para o âmbar, mais dourado. No aroma encontramos muita fruta seca, notas de chocolate, mel e café. Os Tawnys também são classificados em categorias: Tawny, Tawny Reserva, Tawny com indicação de idade (10, 20, 30, 40) e Colheita. Desses é bacana ressaltar que os com indicação de idade são blends de várias safras que em sintonia geram vinhos com estilos bem definidos. Isso que dizer que um Tawny 30 anos pode ter sido feito em 2015.


Vinhos degustados no curso

O mais legal num Porto é identificar se a aguardente é boa ou ruim, isso que garantirá um vinho bom, dentro do seu estilo.

Normalmente as garrafas de tawnys e Rubys aguentam 3 ou 4 meses depois de abertas, já as garrafas dos Ruby tipo "Vintage" precisam ser consumidas de 2 à 3 dias, no máximo, quando bem fechadas.

Enfim, fazendo o curso descobri muitas coisas bacanas da história do vinho do Porto, mas não têm como passar tudo num post. O fato é que este é um resumo super geral… quem quiser saber mais pode procurar a Wine Senses e se inscrever para a próxima turma, acho que ainda deve ter uma para este ano!



Ah! E não pense que vinho do Porto só serve de sobremesa… Experimentei um Ruby LBV com presunto parma que ficou incrível e um bolinho de bacalhau com um porto Branco fantástico. Isso sem falar no filézinho com o Tawny.  Super vale experimentar!


Joelma, Santanita e eu - Carlos Cabral e eu

E para terminar, queria agradecer à Joelma, ao Santanita e ao Carlos Cabral por terem aberto a minha mente para um estilo de vinho que já conquistou um pedacinho do meu coração! Mas agora preciso MESMO ganhar na loteria… :)

Santé!

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