Um pouco mais sobre Bourgogne!

Para uma pessoa apaixonada por Pinot Noir, aprender sobre Bourgogne é um grande prazer. Já não é a primeira vez que tenho a oportunidade de ouvir o Franco-brasileiro, Jean Claude Cara, falar sobre esta região, e nada melhor que ouvir alguém falar sobre suas paixões.
O mais bacana é que nunca é igual, sempre consigo absorver algo diferente e cada vez que vou embora tenho mais certeza de que não conheço nada sobre esses vinhos tão fantásticos. O bom mesmo é que a gente "ama, porque ama" e não precisa conhecer tudo, ou ter um motivo para isso, então sigo amando meus Pinots.




Quando comecei a gostar de vinho, vivia numa realidade bem diferente, não fazia ideia de muitas coisas que agora são óbvias. Quando falamos em Bourgogne já ligamos, automaticamente, os seus vinhedos às uvas Pinot Noir (35%) e Chardonnay (49%). Além dessas, ainda encontramos 8% Gammay, 6% de Aligoté e 2% de uvas variadas, mas são percentagens tão pequenas que, em via de regra, podemos encher a boca para falar: Bourgogne é igual a Pinot e Chardonnay.
Outra coisa bem bacana e básica de se saber sobre esta região francesa é que podemos dividir seus vinhos em quatro tipos de AOCs (Appellations d'Origine Contrôlée). Os Regionales, os Villages, os Premier Crus e os Grand Crus. De um modo geral, eles estão descritos em ordem crescente de qualidade, mas isso só como uma regra geral mesmo, pois por vezes podemos encontrar Villages incrivelmente melhores. Tudo depende das safras e de todos as outras características que podem influenciar no vinho que vai para a garrafa.




Outra curiosidade "óbvia" é que quando falamos em vinhos de Bourgogne estamos falando em vinhos de guarda. Podemos dizer que é um "pecado" abrir uma garrafa de lá com apenas 3 ou 4 anos. Seus vinhos estarão no auge, em via de regra, com mais de 10 anos de guarda, isso sem falar nos famosos "Grand Crus" que poderão ser guardados por mais de 35, 40 anos. E aqui entra outra questão, estamos prontos para entender vinhos de guarda? Seus aromas terciários, não estão no nosso cotidiano e por isso nos parecem "estranhos", mas é uma experiência única prová-los. 
No curso tivemos a oportunidade de degustar 6 grandes vinhos (nenhum tão antigo assim, pois isso no Brasil custa muito caro, mas muito caro mesmo), foi muito gratificante. Com certeza foi nesta aula que consegui absorver a maior quantidade de informações sobre os vinhos de Bourgogne.
Todos os vinhos estavam incríveis, vou dar destaque à dois:




O Beaune Cent Vignes 1er Cru Louis Jadot é um vinho elegante, extremamente sofisticado, com aromas intensos e cativantes. Um leve toque de madeira e muito equilíbrio em boca. Algo perto da perfeição!




E o Charmes Chambertin Grand Cru, Domaine Taupenot - Merme, estava redondo, macio, com taninos equilibrados, acidez perfeita, aromas de frutas vermelhas maduras, com notas de couro. Um grande vinho, mas é daqueles que só se ganhasse na loteria, ai sim os teria na minha adega!





Agradeço ao Senac pela oportunidade e parabenizo-o pela escolha do curso, bem como ao BIVB (Bureau Interprofissionel des Vins de Bourgogne) por entender que nós brasileiros precisamos de mais informação e, claro, ao amigo, Jean Claude Cara, que além de ser um grande estudioso dos vinhos de Bourgogne é também um grande professor.
Santé!

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